sexta-feira, junho 02, 2006

Amnésia

Amnésia

Não necessito de memórias para recordar

Minha vida não tem nome

Não há nada que mereça ser recordado

Houve um tempo em que sentia

As agulhas do vento em meu sangue

E os minutos eram para mim preciosos

Sobrevivo nessa selva onde renasço a cada dia

Sobreposto na palma de tua mão

Houve um tempo em que as palavras

Me saíam vivas como a água

Agora minha carne está morta

Sou como uma pedra

Que evoca a memória do tempo perdido

Houve um tempo em que me sentia pássaro

E voava

Mesmo sabendo que não possuía asas

Pensava eu que podia tocar teus beijos

Um amor à distância

Isolado

Morto

Absorto e perdido no vazio de amar

Logo me transformo em ar

Liberdade e angústia

Quando entro em mim

Vejo-me a morrer aos poucos

Sou um pássaro na gaiola

Agora a minha palavra evoca

Tantas coisas mudas

Não há nada

Só vazio

Maldita realidade

Como posso eu viver sem recordar?

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