Amnésia
Minha vida não tem nome
Não há nada que mereça ser recordado
Houve um tempo em que sentia
As agulhas do vento em meu sangue
E os minutos eram para mim preciosos
Sobrevivo nessa selva onde renasço a cada dia
Sobreposto na palma de tua mão
Houve um tempo em que as palavras
Me saíam vivas como a água
Agora minha carne está morta
Sou como uma pedra
Que evoca a memória do tempo perdido
Houve um tempo em que me sentia pássaro
E voava
Mesmo sabendo que não possuía asas
Pensava eu que podia tocar teus beijos
Um amor à distância
Isolado
Morto
Absorto e perdido no vazio de amar
Logo me transformo em ar
Liberdade e angústia
Quando entro em mim
Vejo-me a morrer aos poucos
Sou um pássaro na gaiola
Agora a minha palavra evoca
Tantas coisas mudas
Não há nada
Só vazio
Maldita realidade
Como posso eu viver sem recordar?
Nenhum comentário:
Postar um comentário