segunda-feira, dezembro 21, 2009

Romã!!!

Mesmo sabendo nunca pensamos e se pensamos, tentamos disfarçar...
Eu descobri que vou morrer...
Descobri com um tom espantado de mim mesmo.
Vou morrer um dia...
Então não devo ter mais medo da vida...

Tenho todos os direitos,
Inclusive o de ser feliz...
O de me arriscar em tudo.

Hoje eu queria ser fresca e bela como uma romã.
Mas acontece que sou ontem...

Não quero...
Mas as vezes acordo...
E pareço-me com um desmaio...

Sem sangue...
Sem cor...
Sem vivacidade de alma...

E quando eu morrer, vou sentir tanta saudade de mim mesmo...

terça-feira, fevereiro 24, 2009

Nem o tempo...

O tempo não traz alívio,
Mentiram-me todos.
Os que disseram que o tempo amenizaria a minha dor!
Sinto a sua falta no choro da chuva.
Quero a sua presença no recuar da maré.
A velha neve escorre pela encosta de cada montanha.
E as folhas do outono viram fumaça em cada caminho.
Mas o triste amor do passado deve permanecer em meu coração.
E meus velhos pensamentos perduram.
Há centenas de lugares dos quais receio ir, por estarem tão repletos da lembrança dela.
E ao entrar com receio em algum lugar tranqüilo, onde seu pé nunca pisou, nem seu rosto brilhou, eu digo:“Aqui não há nenhuma recordação dela”.
E com essa lembrança, paro arrasado e me lembro tanto dela.
Porque aqui estou eu em todos esses lugares.
Lugares onde ela nunca esteve e nunca estará.
Então eu choro...
E cada lágrima que escorre por minha face, representa um vazio sem fim e sem volta, que hoje ocupa o lugar do meu coração.
Sigo se permitido...
Com o peito sufocado, oprimido, com a alma cheia de tristezas.
Com o corpo cheio de cicatrizes.
Com uma dor em meu peito que não tem tamanho nem fim.
E às vezes como se ouvira o vento, escuto sua voz dizendo.
¿Quieres que rece para que tú también te mueras?

Para mina irmã Gilmara Gabriela, que nos deixou em 23 de abril de 2007.